Era início dos anos cinquenta. E foi lá, em pleno sertão, na serra de Japeri, que essa história aconteceu. E foi assim:
Mais ou menos lá pelo meio de uma grande serra de mata fechada, existia um descampado onde, em um humilde casebre de taipas morava o João Baiano. Ele era um velho ranzinza e encrenqueiro, que quando mais jovem tinha sido um carvoeiro, como quase todos os habitantes daquela região. Mas agora sobrevivia da venda de porcos e galinhas que criava e vendia na feira dominical do pequeno vilarejo.
Muitos achavam estranho o fato dele; um negro velho e rabugento, já beirando os seus oitenta anos, ter como mulher uma índia chamada Jurema, que certamente tinha menos da metade da sua idade e que ainda por cima era a mãe da pequena Lia, que tinha cerca de uns três aninhos de idade.
Ele transmitia a todos a imagem de ser um bom chefe de família, o que era de se estranhar, porque tinha a fama de ser muito ciumento e brigão, principalmente quando ele enchia a cara de cachaça nos bailes que os carvoeiros costumavam organizar quando recebiam o pagamento pelo carvão que produziam e que eram vendidos para um comerciante do lugarejo.
E foi justamente a partir da semana seguinte à realização de uma quermesse no vilare..